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domingo, 15 de outubro de 2017

Os evangélicos e a corrupção: delações de Funaro, novo Refis e o direito de comer o melhor desta terra



michel3Há 2 anos, surgiam as primeiras denúncias contra o então deputado Eduardo Cunha. Além de presidente da Câmara dos Deputados, esse dito também era evangélico, dizimista e ofertante na Assembleia de Deus do Brás Ministério Madureira (ADBras). Era convidado de honra nos palcos das Marchas para Jesus, principalmente no Rio, ao lado de aliados e até então fiéis defensores, como Silas Malafaia. Nos bastidores era conhecido por sua agressividade, mas à vista de todos era um homem inteligentíssimo e articulado, que pela “vontade de Deus” alcançou grande poder político.
Com o tempo, e com a necessidade de entregar um “bode expiatório” para justificar o “perdão” aos demais políticos corruptos do seu partido (PMDB) e dos demais aliados, Eduardo Cunha caiu. As denúncias (segundo o Ministério Público) de corrupção, desvio de verbas públicas, a existência de contas no exterior em seu nome e no nome da esposa e filha, acabaram com a perda do seu mandato político e seu envio para um presídio. Por seu caráter agressivo e vingativo, esperava-se que logo faria “aquela” delação, entregando a tudo e a todos, mas misteriosamente mantém-se calado, curtindo seu longo período de férias forçadas.
Também é curioso que Cláudia Cruz, esposa de Eduardo Cunha, tenha sido inocentada de todas as acusações. Com envolvimento parecido, tivemos a prisão (mesmo que absurdamente domiciliar) da esposa de Sérgio Cabral. Poupar Cláudia Cruz do espaço prisional teria sido a moeda que pagou até hoje o silêncio de Eduardo Cunha?
Lembrando de trecho de uma gravação do Senador (suspeito de corrupção) Romero Jucá meses atrás: “tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria, por meio de um acordo com o Supremo, com tudo”. (fonte: UOL Notícias)
2aypx7ijr4_6dqq6q316a_fileEduardo Cunha continua em silêncio, mas seu parceiro operacional no PMDB resolveu falar. Lúcio Funaro fez a delação e dias atrás foram divulgadas as gravações. Incriminou, na delação, todos os caciques do PMDB, citando inclusive o presidente Michel Temer. Apesar de horrível, tudo isso já era esperado. Mas o que mais intriga, e que é o cerne deste artigo, são os trechos a seguir:
“O terceiro encontro com Temer, segundo Funaro, foi uma reunião de apoio à candidatura de Gabriel Chalita (PMDB) para a Prefeitura de São Paulo. Ele diz que o encontro foi na Assembleia de Deus do bairro Bom Retiro, com a presença dos bispos Manoel Ferreira e Samuel Ferreira.” (fonte: Revista Veja)
michel6Encontrar-se numa igreja evangélica não tem nenhum problema. Porém, a cúpula do PMDB foi a uma igreja não para um culto, mas para uma “reunião de apoio” a um candidato a prefeito de São Paulo, o católico Gabriel Chalita. Ou seja, era um evento especial, fechado, com o objetivo puramente político. E com o aval dos papas dessa igreja.
E lembrando, essa igreja, que antes era do Jabes de Alencar, agora é do Samuel Ferreira, também dono da ADBras, que é a mesma que tem (ou tinha) Eduardo Cunha como fiel dizimista e ofertante. E a ADBras é a mesma que, tempos atrás, foi acusada de lavar parte do dinheiro de Eduardo Cunha, no caso uns 250 mil reais (fonte: UOL Notícias). E vale lembrar que seu papa, o agora Bispo Samuel Ferreira, foi acusado na delação da JBS de receber 1 milhão de dólares de propina em 10 parcelas de 100 mil dólares, numa conta nos Estados Unidos (por que será? – Fonte: G1 Notícias).
michel4Enfim, Eduardo Cunha é (ou era) membro da igreja certinha para seu (falso) caráter cristão.
Outros trechos da delação de Lúcio Funaro que merecem destaque neste artigo são os seguintes (a partir de 3:15 minutos):
“O Eduardo, ele funcionava como se fosse um banco de corrupção e de políticos. Ou seja, todo mundo que precisava de recursos pedia pra ele e ele cedia os recursos, e em troca mandava no mandato do cara, era assim que funcionava” (3:27 minutos).
“O dinheiro vivo chegando em minha mão, eu distribuía pra quem eu tinha que pagar, e nesse caso era o Eduardo Cunha que fazia o repasse para quem era de direito dentro do PMDB, que eram as pessoas que apoiavam ele dentro do PMDB”. “Que eram?” “Henrique Meireles, Michel Temer, todas as pessoas. A bancada que a gente chamava de bancada do Eduardo Cunha” (4:14 minutos).
No vídeo acima, a partir do minuto 1:40, vemos Lúcio Funaro delatando que a bancada evangélica sempre votava seguindo Eduardo Cunha, e que esse “esquema” se iniciou em 2009, justamente com a ascensão de Cunha. Em 2:40 minutos, Funaro revela que Eduardo Cunha tinha influência no PSC (Partido Social “Cristão” – aspas nossas), na Bancada Evangélica e no PMDB, e com todos esses em suas mãos, Cunha tinha um poder de barganha muito grande na Câmara dos Deputados, podendo “negociar” com empresários interessados a aprovação ou a rejeição de projetos de leis e medidas provisórias. Esse “esquema” é explicado a partir de 4:30 minutos.
Aí fica a dúvida: a Bancada dita Evangélica seguia (obedecia) ao Eduardo Cunha por ver nele um homem de Deus, ungido, santo e cheio de discernimento? Ou o faziam porque, assim como os demais deputados que o seguiam, havia, segundo Funaro, o recebimento de propinas advindas dos empresários que tinham interesses nesse ou naquele projeto de lei?
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Muito grave tudo isso. Diria até abominável, se a delação se confirmar. Afinal, se alguém se diz seguidor de Jesus Cristo, é até aceitável que cometa um ou outro pecado. Porém, é incompreensível que viva em tão grande corrupção.
Dias atrás houve também a votação de uma medida provisória, o novo Refis, que seria o refinanciamento de dívidas tributárias de empresas. Para as igrejas, os deputados deram dois benefícios a mais, segundo a Época Negócios:
“A primeira prevê perdão de dívidas tributárias com a Receita Federal de igrejas, entidades religiosas e instituições de ensino vocacional sem fins lucrativos. A remissão vale para débitos inscritos ou não na Dívida Ativa da União, inclusive aqueles objeto de parcelamentos anteriores ou que são alvo de discussão administrativa ou judicial.
A segunda emenda favorável às igrejas estabeleceu isenção de cobrança de tributos da União incidentes sobre patrimônio, renda ou serviços para igrejas e instituições de ensino vocacional. A isenção valerá por cinco anos para entidades que exerçam atividade de assistência social, sem fins lucrativos.”
michel7As igrejas já possuem isenções fiscais, por seu caráter de entidade sem fins lucrativos (para muitas, pelo menos em tese, não na prática). Além disso, o Brasil passa por um dos mais difíceis períodos de sua história econômica, com altos índices de desemprego, grandes quedas na produção e com os entes da União sem caixa para tratar das mínimas questões. O Estado do Rio de Janeiro amargou falta de dinheiro até para o pagamento de aposentados e servidores ativos. Não há como arcar com os gastos para a segurança, saúde, moradia, educação nas mais diversas regiões do país.
Com o desemprego e a queda na produção, obviamente caiu também a arrecadação através dos impostos. O Refis seria uma alternativa de renegociação para que o governo possa receber valores atrasados e assim investir (e não propinar, por favor) no que é necessário. É claro que também é uma tentativa do governo de se aproximar do empresariado, ao facilitar a renegociação de dívidas. Apesar da necessidade do governo de angariar fundos, os líderes e políticos evangélicos não conseguem se sensibilizar e buscam, através de negociatas travestidas de votações no Congresso, não pagar nem o que antes lhes era devido. Mas eu e você precisamos pagar, sim senhor!
Cabe aqui um adendo: você viu algum líder evangélico, mesmo de igrejas tradicionais, denunciando isso? Será que a mudez geral se deve ao fato de que todos, isso mesmo, todos, serão no final “beneficiados”?
E pensar que Jesus, o Cristo, pagava impostos sem reclamar e sem necessitar, mas para dar e ser exemplo para os verdadeiros cristãos!
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Seja nas delações de Funaro, seja nos esquemas para a aprovação das vantagens gospel no Refis, o que vemos é que muitos líderes evangélicos são capazes de qualquer coisa para ter, no futuro, um presidente da mesma religião. E qualquer coisa, para muitos desses líderes, significa propinar, roubar, mentir, enriquecer às custas do Erário e dos fiéis. Para eles, o fim justifica os meios.
Lembremos de Jesus, quando chamou os fariseus de sepulcros caiados: limpos por fora e podres por dentro. Lembremos das admoestações de Jesus em Mateus 23, quantos ais!
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Certa vez, uma jovem seguiu o Apóstolo (de verdade) Paulo por muitos dias, bradando que ele e os demais eram servos do Deus Altíssimo (Atos 16:16-18). Porém, o Apóstolo (de verdade) Paulo era cheio do Espírito Santo e teve discernimento de Deus. Embora a jovem falasse a verdade, estava tomada por um espírito maligno, que foi prontamente expulso pelo Apóstolo.
O que acontece nas igrejas hoje, que líderes e políticos evangélicos são totalmente enganados por seres como o Eduardo Cunha? Cadê o discernimento dos espíritos? Cadê a prudência?
Ou será que não foram enganados e se aliaram de caso pensado?
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Tudo isso é para se pensar. Funaro deu 13 horas de depoimentos, que podem ser assistidos na íntegra no Youtube. Tive que assistir a muitas horas, pois se você pesquisar no Google “bancada do Cunha” e “bancada evangélica”, não achará absolutamente nenhuma notícia. É como se tivessem orquestrado um cala-boca gospel. Mas assistindo aos vídeos, outros gospel são citados, como o Garotinho e o Pr. Everaldo, e isso provavelmente também não sairá na grande imprensa. Amanhã inventarão algum meme na internet e essa delação, assim como a da JBS e a da Odebrecht, cairá no esquecimento. E os “esquemas” continuarão, com direito a testemunhos nos púlpitos de como “deus” abençoou que apareceu um bom dinheiro para ajudar na reforma do templo.
Nojo. Por muito menos, Jesus expulsou os mercadores do templo. E nós, pelo caminhar da carruagem, acabaremos reelegendo os mesmos indicados de sempre por nossos (im)pastores.
O mais triste é que muitos evangélicos sabem de tudo, mas mesmo assim apoiam suas lideranças e instituições, pois tudo vale em prol do “reino”. Até mesmo corrupção em nome de Jesus.
Será que ninguém mais está vendo isso? Onde estão as vozes para denunciar a iniquidade em parte das igrejas evangélicas brasileiras? Por que estão caladas?
Simples: muitas lideranças e muitas instituições são sustentadas por esse “sistema”. Ninguém quer perder sua parcela dentro do sistema corrupto.
Estamos a cerca de 2 semanas dos 500 anos da Reforma Protestante. O que temos a comemorar é que as Escrituras, como sempre, estão certas:
“E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.” – Mateus 7:14
lutero solamente
Igreja Evangélica Brasileira, formada por mim e por você: arrependamo-nos enquanto é tempo.
Voltemos ao Evangelho puro e simples,
O $how tem que parar!
A DEUS toda a honra e toda a glória para sempre.

Fonte:
https://pedrasclamam.wordpress.com
https://estrangeira.wordpress.com

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